Aprender a semear dentro e fora da horta!

Joseph Simcox,o conhecido explorador botânico, defende que as sementes são pequenas cápsulas do tempo que preservam o passado e o transportam para o futuro. Portanto, aprender a semear e criar as condições ideais para que as sementes germinem corretamente, é no fundo participar nesta ponte entre passado e futuro.
Ainda no âmbito do tempo, aprender a semear é, também, colaborar com os ciclos da Natureza que garantem a propagação das espécies. A verdade é que, com ou sem a nossa ajuda, o “processo” é sempre o mesmo: a semente germina, a planta cresce, floresce e produz nova semente que, ao cair na terra, germinará outra vez, num ciclo ininterrupto .
Contudo, como salienta o próprio Joseph Simcox, temos à nossa disposição a possibilidade de intervir neste mágico dinamismo autónomo de objetos (aparentemente) inertes a transformarem-se em vida. Só precisamos de saber o fazer isso, sem erros!
Sementes de diferentes tamanhos, necessidades distintas
As sementes são o embrião da planta. No seu interior concentram a energia e nutrientes necessários à germinação. O seu tamanho dá-nos algumas pistas sobre a profundidade e distanciamento comque as devemos semear.
No caso de sementes mais pequenas (às vezes até minúsculas) como as de Coentros, Rabanetes ou Rúcula, devemos semear a pouca profundidade, já que, como o próprio tamanho indica, estas dispõem de menos energia para chegar à superfície. Já no caso do Feijão, da Abóbora ou da Curgete, por exemplo, o tamanho da planta quando adulta faz-nos perceber que estas sementes exigem mais espaçamento entre si, no momento de semear. Paralelamente, estas sementes de maior dimensão, toleram profundidades maiores, pois têm mais energia para brotar à superfície.
Reunir as condições essenciais também é aprender a semear.
Como um bebé na barriga da mãe, o processo de germinação (após sementeira) é delicado e exige condições específicas, tais como: temperatura constante, humidade regular e luminosidade suficiente. Em termos práticos, o solo deve manter-se permanentemente húmido e o local de germinação deverá estar abrigado para evitar grandes oscilações de temperatura, vento ou geada e garantindo boa exposição solar.
Nas alturas do ano em que o clima está mais ameno e regular, tendo em conta que escolhemos as culturas certas, podemos semear diretamente na Growbed.
A sementeira pode ser feita em sulcos, repartindo as sementes regularmente pelo carreiro ou em “buracos” nos quais se depositam três a quatro sementes. A primeira técnica, se se observar pouca profundidade, aplica-se bem a sementes pequenas e culturas de maior densidade. No caso da segunda técnica adequa-se a sementes maiores, de modo a permitir maior profundidade e um maior controlo do distanciamento entre plantas.
De resto, e sobretudo nos meses frios de Inverno, recomendamos a sementeira em vasos ou alvéolos. Esta poderá ser feita com recurso a uma simples caixa de ovos ou uma embalagem de iogurte (esta última com um pequeno furo na base), sendo previsível atingir bons resultados. Coloque a sementeira dentro de casa, junto à janela ou noutro local luminoso e garanta que a terra se mantém húmida e a temperatura amena.
Tão importante como semear, é transplantar.
Ao germinar, a planta começa a crescer fora do solo e surgem as primeiras folhinhas, normalmente aos pares. No caso de nascerem várias plantas no mesmo alvéolo, devemos fazer a seleção retirando as plantas mais “fracas” e deixando apenas aquela que apresenta melhores condições para crescer.
Quando a planta tem entre quatro e seis folhas podemos transplantá-la para o local definitivo, tendo especial atenção para não partir o caule nem danificar as pequenas raízes. Uma vez na nova casa – a Growbed – a pequena planta deve ser regada à superfície por mais alguns dias, até que as raízes se instalem e consigam ir buscar a água que é disponibilizada no reservatório.
Preservar e escolher sementes é matéria suficiente para todo um novo capítulo, mas podemos adiantar desde já que todas as sementes vão perdendo a sua capacidade de germinar com o tempo. Por isso, é importante datá-las (no caso de as recolher e guardar) ou ter em atenção a data indicada na embalagem.
