pt-pt

Boa “terra”, e o desenvolvimento sustentável.

desenvolvimento_sustentavel_développement_durablesustainable_development_01

A “terra”, o solo, é um ecossistema complexo e dinâmico e um recurso natural precioso para a subsistência dos seres humanos. Mas não será um solo saudável um recurso igualmente importante para a sobrevivência do próprio planeta e para o desenvolvimento sustentável da Humanidade?

 

Desenvolvimento sustentável: a importância de um solo saudável.

Um solo vivo e fértil requer um delicado equilíbrio do ecossistema, do habitat diverso e interativo que torna o solo produtivo e que o protege de doenças e pragas. Um solo rico em matéria orgânica resiste melhor à erosão, absorve mais água e garante a proliferação dos animais e microrganismos que, além de melhorarem a consistência e os níveis de arejamento e absorção do solo, decompõem a matéria orgânica e mineral, tornando os nutrientes necessários ao crescimento das plantas disponíveis para seu consumo.

Além de absorverem os nutrientes e a Água (H2O), essenciais ao seu crescimento, através das raízes, as plantas “alimentam-se” de luz solar e Carbono (CO2), que captam através do processo de fotossíntese. Quando morrem, as plantas entram em decomposição e transformam-se na matéria orgânica que passará aalimentar todos os organismos vivos presentes no solo, fechando assim este ciclo natural.

“Toda a vida na terra advém do solo e volta a ele. Toda a morte na terra torna a ser vida através do solo, já que a matéria orgânica em decomposição contém quase todos os nutrientes que as plantas necessitam. Um bom agricultor deve respeitar este ciclo natural e conseguir que o solo permaneça sempre vivo e fértil.”

John Seymour

Para a Dra. Elaine Ingham, fundadora do Soil FoodWeb Inc., o poder de um solo pleno de matéria orgânica, com boa estrutura e biologia, é transformador. Cada bactéria, fungo, inseto ou animal tem um papel nesta teia e para quê tentarmos reinventar a roda quando a Natureza já preparou um sistema tão equilibrado, funcional e até blindado? Um solo sem estrutura, sem bactérias ou fungos, por exemplo, não tem sustentação para raízes profundas, não permite a circulação de ar e os nutrientes, mesmo se adicionados artificialmente, não ficam disponíveis para as plantas e acabam desperdiçados. Um solo viciado em pesticidas sintéticos tóxicos, por exemplo, degrada-se e torna-se cada vez mais pobre em organismos que são benéficos e preventivos, tornando-se mais e mais dependente. Para vencer esta dependência química, como defende a Dra. Elaine, há que começar a cultivar com a Natureza:

“temos que educar as pessoas para que entendam que as plantas podem, de facto, cuidar de si mesmas sem que as atrapalhemos. Na abordagem de cultivar com a Natureza, fornecemos nutrientes e uma diversidade de micróbios que permitam transformar esses nutrientes e as plantas fazem o resto. (…) Plantas mais nutridas possuem sistemas imunológicos mais fortes e tornam-se mais resistentes a pragas e doenças problemáticas, levando a um maior rendimento e rapidez.”

Assim, é importante aderir a práticas agrícolas que não consumam intensivamente recursos, mas que contribuam para a reabilitação do solo. E, restaurando a matéria orgânica existente no solo e aumentando a densidade nutritiva e a biodiversidade, ganhamos resiliência, produtividade e, como bónus, podemos ter uma ação efetiva para a melhoria do ambiente.

 

horta_em_casa_potager_balcon_vegetable_garden
Kit Horta em Casa

É como ter um terreno fértil na varanda lá de casa.

SAIBA MAIS SAIBA MAIS

Desenvolvimento sustentável: promover e preservar.

A desflorestação, as pastagens, a urbanização ou a simples transformação de florestas em campos cultivados resultaram em perdas históricas do carbono armazenado no solo do planeta. Restaurar solos degradados, adotar práticas de conservação do solo ou transformar áreas impermeabilizadas em jardins pode fazer a diferença.

Promover e preservar um solo saudável parece ser o mecanismo com maior escala, capacidade e rapidez para sequestrar quantidades de carbono da atmosfera e mitigar as mudanças climáticas. Tim LaSalle, co-diretor da Iniciativa de Agricultura Regenerativa, liderada pelo Instituto para o Desenvolvimento Sustentável da California State University Chico, reitera o papel que a Agricultura pode ter na diminuição da presença de carbono na atmosfera. Embora muitas das práticas utilizadas na Agricultura Biológica sejam regenerativas, LaSalle defende que com um prazo tão curto, importa promover a adoção de qualquer técnica ou prática de Agricultura Regenerativa. Implementar práticas de rotação de culturas, policulturas, consociações ou compostagem são tudo medidas que integram esta visão de uma Agricultura que respeita mais os processos e os ritmos Naturais.

 

Ficou interessado?

Receba as novidades do nosso blog e descubra todos os casos de sucesso