Workshop de agricultura biológica começa do prato para a horta.

Costuma-se dizer da horta para o prato. Mas e se pensarmos ao contrário? Este é um dos primeiros desafios que propomos num workshop de agricultura biológica, em empresas com hortas Noocity. O que é que os colaboradores costumam ter no prato que podem começar já a plantar?
Workshop de Agricultura biológica: Plantar e comer na altura certa.
Sendo a agricultura um processo intuitivo, devemos ouvir as ideias e dúvidas de quem vai trabalhar a horta. Quando o grower da Noocity visita uma empresa, um dos primeiros passos é elaborar um plano de culturas em conjunto com os colaboradores. Num workshop de agricultura biológica, eles sugerem aquilo que gostariam de plantar, conforme o que mais gostam de ver nos seus pratos. Embora seja comum as empresas procurarem a instalação de uma horta para desenvolverem capacidades de team building ou trabalharem a responsabilidade social, rapidamente vamos mais longe, falando de economia circular, gestão de recursos e literacia alimentar. Acima de tudo, o primeiro passo de decidir o que plantar ensina sobre a sazonalidade dos alimentos e os recursos envolvidos na sua produção.
Está generalizada a ideia de que tudo está disponível o ano todo, o que afeta a qualidade da nossa alimentação. Por isso, uma horta ajuda-nos a compreender o meio envolvente e também a compreender-nos melhor como seres vivos. Há benefícios para a saúde, tanto no bem-estar que as lides da horta trazem, como numa alimentação em maior sintonia com as estações. À medida que as pessoas se envolvem mais no trabalho, levam conhecimentos e voltam com mais curiosidade. O verdadeiro motor para a mudança que precisamos!
Observar um legume e perceber os seus ciclos.
Antes de pesquisarmos, podemos desafiarmo-nos e perceber os ciclos dos legumes pelas suas características. A batata doce, por exemplo, tem um sabor muito rico e muita doçura. É capaz de nos dar energia e compor pratos mais quentes, algo que precisamos quando chega o frio. Ora, isto leva-nos a supor que ela tem de ser plantada uns meses antes, em abril. Já os tomates e pepinos são riquíssimos em água. Faz sentido que estejam prontos a comer em junho, quando o tempo aquece e exige maior hidratação.Portanto, colocar os tomates na terra em janeiro é boa ideia se os queremos colher a tempo do São João.
Esta lógica é um esforço para regressarmos a um estado anterior, menos dependente de ecrãs e do que haja nas prateleiras do supermercado. Um workshop de agricultura biológica convida-nos a repensar isto, conforme o que vemos crescer na terra. É possível (e desejável!) voltarmos a esse ritmo inerente à nossa natureza. Começar a semear o que comemos é um primeiro grande passo.
