Burnout, a síndrome do esgotamento profissional.

As fronteiras entre o trabalho e a vida pessoal diluíram-se. Com as novas tecnologias, estamos sempre contactáveis: aos fins de semana, durante as férias e até quando dormimos. É nesta constante conexão que nasce o burnout. O assunto é tão sério que em 2019 a Organização Mundial de Saúde passou a integrar aquela que é também conhecida como a síndrome do esgotamento profissional na Classificação Internacional de Doenças. Que a define como a “síndrome que resulta de um stress crónico no local de trabalho que não foi bem gerido”. A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, identificou os principais riscos psicossociais e de stress, que podem levar ao burnout:
- Cargas de trabalho excessivas;
- Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções;
- Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controlo sobre a forma como executa o trabalho;
- Má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral;
- Comunicação ineficaz, falta de apoio da parte de chefias e colegas;
- Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.
Assim, trabalhadores que exigem demasiado de si próprios, que se desvalorizam constantemente, que se sentem incompetentes ou desajustados e que não gostam do que fazem correm especial risco. Mas nunca a tónica poderá ser colocada apenas nos colaboradores. As entidades empregadoras têm a responsabilidade de dar condições equilibradas aos seus colaboradores e criar contextos que os protejam.
Manifestação do burnout. E como ele é contraproducente para as empresas.
O burnout pode manifestar-se de várias formas — que nem sempre são perceptíveis, até para quem experiencia o problema. Permanecer demasiado tempo no escritório, a diminuição da produtividade, stress e ansiedade. Mas também apatia, falta de motivação, cansaço extremo, má qualidade de sono, irritabilidade, frustração elevada, erros frequentes fazem parte dos sintomas. Assim, empresas que promovam um bom ambiente de equipa, uma carga laboral que seja exequível e que não boicotem a qualidade de vida — dentro e fora do escritório — só têm a ganhar. Se um colaborador que não é tão eficaz a cumprir as suas funções, é possível que ele acabe em casa com uma baixa médica. Contribuindo, assim, para as elevadas taxas de absentismo laboral. A longo prazo, nenhuma das partes beneficia do excesso de trabalho. Na cultura que se fomenta no local de trabalho, é preciso entender: trabalhadores felizes são mais produtivos e, como consequência, geram mais lucro.

Horta Corporativa
SAIBA MAIS SAIBA MAIS4 formas de promover o bom ambiente no trabalho.
- Avaliações de satisfação frequentes. Muito importante: é crucial que sejam feitas apreciações construtivas às diferentes equipas que formam uma empresa, tanto no sentido descendente como ascendente. Ou seja, até pessoas que ocupam lugares de chefia devem ser avaliadas, de forma a que se saiba se estão a cumprir bem a sua função, se há aspetos que podem ser melhorados. Desta forma, além de informações úteis a retirar, os colaboradores sentem também que a sua opinião também conta. Do outro lado, há um feedback mais claro.
- Eventos de team building — sem esquecer a happy hour. As relações interpessoais dentro do local de trabalho são um fator crucial para os índices de felicidade dos trabalhadores. Assim, atividades descontraídas e longe dos computadores que potenciem o convívio e tirem espaço ao burnout.
- Uma horta comunitária. As plantas fazem o ser humano mais feliz, como já várias vezes a ciência comprovou. A esta fenómeno, que é resultado da evolução da espécie, que precisa do mundo vegetal para sobreviver, dá-se o nome de biofilia. Uma horta no local de trabalho só trará vantagens aos trabalhadores (sem esquecer ao ambiente): além de trabalharem todos por um bem comum, convivem, cultivam alimentos frescos e dão cor ao escritório.
- Atividades de wellness. É importante fazer pausas no trabalho para uma boa produtividade. E se essas pausas potenciarem capacidades cognitivas, melhor ainda. Sessões de meditação, de yoga ou de jardinagem baixam os níveis de stress e aumentam a concentração.