Zero waste. 8 dicas para aproveitar ao máximo os legumes na cozinha.

Zero waste, um conceito que está na moda, mas que não pode servir de chavão. Ser zero waste é ter consciência ambiental, social e económica. É respeitar aquilo que a natureza nos dá. E é combater o consumismo exacerbado. O zero waste parte da premissa de que todo o desperdício é mau. Pode aplicar-se a várias componentes da vida: podemos dar uma nova forma às nossas peças de roupa, restaurar um móvel de que já não gostamos, fazer mil e uma coisas na nossa cozinha. E aqui entramos num ponto fundamental. O desperdício alimentar é um tema sério: por ano, e só em Portugal, desperdiçamos 1 milhão de toneladas de comida (desde o processo de produção, até ao consumo em casa) e cerca de 50 mil refeições todos os dias. É hora de começar a reaproveitar aquilo que na cozinha sempre julgou não ter novo destino. Conheça estas oito formas de se aproximar do zero waste, começando com as regras mais básicas.

1. Básicos para a cozinha zero waste: local, sazonal e pensado.

Não vá ao supermercado sem uma lista dos bens necessários — aproveite, por exemplo, os domingos para planear as refeições da próxima semana. Compre apenas os ingredientes que vai utilizar, mas siga duas regras: compre a produtores locais, apostando sempre no que é sazonal. Vantagens: vai fazer uma alimentação saudável, evita o desperdício porque os alimentos, ao estarem mais frescos, duram mais tempo no frigorífico; por terem viajado uma distância mais curta até chegarem ao seu prato, têm um impacto menor na pegada ecológica. Outro ponto importante: aproveite os restos para os dias seguintes ou até para criar receitas novas.

2. Use os talos dos brócolos.

O zero waste é isto: aproveitar o alimento todo. E isso inclui as partes que normalmente acabam no lixo. Temos o exemplo dos brócolos: os talos deste vegetal podem ser consumidos, seja em forma de caldo (a casca da cebola também é excelente para este efeito) ou até para as sopas.

3. Zero waste é aproveitar as folhas.

Não deite fora os verdes da beterraba, rabanete, nabo e cenoura. É verdade, podem ser amargos. Mas experimente cozinhá-los com outros alimentos ou conjugá-los com uma receita de pesto.

4. Use, também, as hastes de folhas verdes escuras.

Depois de tirar as folhas verdes da couve, por exemplo, use os caules para cozinhar ou para fazer um sumo verde. Aplique isto em todos os vegetais deste tipo.

5. Leve as sementes de abóbora ao forno e faça um snack.

Depois de descascar a abóbora, aproveite as sementes: leve-as ao forno com especiarias — o resultado vai ser com um snack muito crunchy e saudável.

6. Descascar os legumes não é zero waste.

Tirar a casca dos legumes e frutas é um hábito muito comum, mas que é contra a filosofia do zero waste. E só dá mais trabalho. Mantenha esta pele, seja da cenoura, da courgete, da maça, do pepino ou da batata. Mas, atenção: o melhor é comprar orgânico porque podem conter restos de pesticidas. Lave sempre muito bem. Depois de descascar a abóbora, aproveite as sementes: leve-as ao forno com especiarias — o resultado vai ser com um snack muito crunchy e saudável.

7. Plante as suas aromáticas em casa.

Quantas vezes é que comprou um molhe de coentros para usar num prato e estragou os ramos que lhe sobraram? Se plantar na sua horta em casa, este é um desperdício que nunca mais vai acontecer — basta ir tirando aquilo que for necessário, cuidando sempre da planta. Além disso (e mais uma vez), poupa dinheiro.

8. Data de validade expirada não significa alimento estragado.

Passou um dia desde a data de validade indicada na embalagem de um iogurte? Não quer dizer que esteja estragado. Nenhum alimento se deteriora de um dia para o outro. Sempre que possível, confirme sempre através do cheiro e da textura. Se tudo estiver normal, coma-o — não lhe vai acontecer nada.