Não há dúvidas: a paixão pela natureza nasceu com o André. Só pode. Natural de Setúbal, cresceu em ambiente de cidade, mas até hoje lembra o fascínio que sentia sempre que rumava a norte, a casa dos tios: havia a quinta, os animais, a agricultura. Era o seu único contacto com a natureza, mas foi o que lhe bastou para ao longo do curso técnico de Design de Equipamento dedicar todos os seus trabalho à componente da ecologia e sustentabilidade. Afinal, é um casamento que faz todo o sentido.
No meio disto, descobre a permacultura e vai sendo invadido por uma vontade profunda de mudar a forma como nos alimentamos. Decide desenvolver um projeto: o PuriSimpl.
É uma história recheada. Restaurou a casa onde a mãe nasceu e, aquilo que era para ser apenas um atelier, transformou-se num ecossistema de biodiversidade dentro da cidade, que provava que era possível trazer a natureza para os meios urbanos, que a auto-suficiência era um caminho mais do que possível, que uma alimentação equilibrada podia ser acessível. Bastou-lhe ver o quintal para, devagar, começar a construir o seu protótipo de casa de sonho, onde havia uma horta, um galinheiro, lagos e depósitos de água criados a partir da chuva. Falta falar do nome. É uma dupla-homenagem: à mãe Maria da Purificação, e à natureza, que é tão simples e perfeita. Puri + Simpl.
Foram os melhores anos da sua vida, mas o trabalho era solitário e em 2017 fecha o atelier. Segue para Coimbra, onde tirou um curso de Agricultura Biológica. No meio disto, ainda fez voluntariado da quinta do Poial à quinta biológica do Pineclifs. É desde março de 2020 parte da equipa de growers da Noocity, desenvolvendo, em paralelo, o projeto Hortas LX by PuriSimpl, que, além de também trabalhar na instalação de hortas em meio urbano, leva a cabo workshops com crianças.
Convicto de que o caminho para um mundo melhor assenta no acreditar, agir e evoluir, tem como sonho criar uma escola sobre sustentabilidade, ecologia e artes para os mais novos. Porque a educação é a única ferramenta que permite garantir o futuro. E porque, claro, é de pequenino que se torce o pepino.
