Assim, a Noocity arregaçou as mangas e instalou 46 Growbeds, o equivalente a 36m2, nos terraços de cada um destes edifícios. Com estes novos espaços de lazer, além de poder ligar-se a outras pessoas, culturas e identidades, cada residente passou a poder também ligar-se à Natureza e praticar uma atividade ao ar livre, beneficiando do contacto com a terrae gerando os seus próprios alimentos biológicose cheios de sabor.
Depois de uma rápida instalação, os residentes e o Noocity Grower que acompanha o projeto juntam-se agora com periodicidade semanal para cuidar da horta, cultivar legumes biológicos e colher alimentos repletos de nutrientes. Por norma, quem visita uma vez a horta costuma regressar, havendo até alguns “passageiros frequentes” que acompanham, e participam ativamente na interessante dinâmica que constitui a manutenção de uma horta fértil.
O projeto, que conta ainda escassos meses desde a sua implementação, colhe já importantes frutos, em sentido literal e figurado. Por um lado, há os frutos (e legumes) que os residentes colhem e com os quais se podem deliciar nas suas refeições. Por outro lado, há os ensinamentos que toda a experiência proporciona para quem sempre viveu num ambiente urbano e profundamente industrializado, como, por exemplo, a descoberta de que o pimento não é uma raiz ou que o tomate não é colhido ao longo de todo o ano na medida em que é uma cultura sazonal.
Será mesmo verdade que ao plantarmos verde colheremos maduro?
À semelhança do que acontece em qualquer projeto de horticultura, esta parceria entre a Smart Studios e a Noocity tem também os seus ciclos e estações. De facto, as residências são o solo e os residentes as diferentes culturas que, devidamente acompanhadas e fecundadas, vão gerar continuamente mais e melhores frutos. E, à medida que os residentes vão deixando o edifício para dar lugar a novos ocupantes, como é natural que aconteça em estruturas de coliving, novas oportunidades de semear surgirão com a certeza de que, a longo prazo, estas hortas vão criar um enorme valor e um impacto mensurável na vida de todos que nelas trabalharem e que forem capazes de as acarinhar.
Em última instância, a geração cíclica de vida nestes espaços vai conduzir a um modelo de vida mais sustentável e à consciencialização de todos os envolvidos relativamente à importância de nos ligarmos à terra e valorizarmos tudo o que ela nos dá de melhor.